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Além do fardamento de seis pessoas, ao final do trabalho cinco pessoas foram batizadas na Doutrina Daimista
“Salomão disse para mim / Nesta eu vou me assinar / Que esta é a verdade pura / No mundo não tem igual.”. Esta é a primeira estrofe do Hino 50 – Salomão do Hinário “O Cruzeiro”, do Mestre Irineu e sempre é cantado no momento do Fardamento, principal ato de quem decide seguir a doutrina do Daime, Linha Espiritual criada pelo maranhense e soldado da borracha, Raimundo Irineu Serra, no coração da floresta amazônica, interior do Estado do Acre.
Na última sessão de Nossa Senhora da Conceição, realizada no dia 10 de dezembro (sábado), seis novas pessoas receberam o fardamento na Igreja Mestre Irineu (IMI): Sebastiana Mandu, Adriana Souza, Vando Arruda, Marcelo Ferreira Sousa, Manoel Vicente e Aluízio de Azevedo (este que vos escreve).
Veja o vídeo com os melhores momentos do fardamento.
Segundo Élvio dos Anjos, Comandante e membro do Conselheiro doutrinário da Igreja Mestre Irineu (IMI), uma casa Daimista que segue a Linha inaugurada por Irineu e cujo nome é a mostra desta devoção doutrinária aos pilares instituídos pelo Mestre, o novo Fardado ou Fardada assume alguns compromissos com a doutrina e suas formas de ver e viver que estão bastante vinculadas à valorização da floresta e da natureza.
“Quando a gente começa a frequentar e a tomar o Daime, a partir do momento que a gente tem uma frequência, algumas pessoas desenvolvem o desejo de continuar os seus estudos e trabalhar no crescimento espiritual dentro dessa religião que é o Daime. Ao fardar-se, a pessoa “assume um compromisso com a Rainha da Floresta e com a doutrina do Mestre (Irineu). Esse compromisso nada mais é do que a forma de viver, a forma com que nós Daimistas enxergamos e trabalhamos dentro do mundo” ,explica o Comandante da IMI.
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Madrinha Silva Nord coloca a Estrela de Salomão na nova fardada da IMI Sebastiana Mandu
Conforme explana Élvio dos Anjos, o momento máximo da cerimônia do fardamento é quando a pessoa recebe a “Estrela de Salomão”, durante a execução do Hino 50 – Salomão, do Hinário do Mestre Irineu e a partir daí passa a fazer parte do batalhão de soldados da Rainha da Floresta.
“Ser um Daimista, requer uma disciplina, que vai trabalhar em você mesmo ao longo dos anos, o estudo dos hinos, o compromisso de estar presente nas sessões oficiais. Nós somos soldados da Rainha, um Batalhão, a pessoa que se apresenta, recebe a farda e no fardamento é colocada a estrela de Salomão e de Davi, que simboliza o compromisso firmado com a doutrina e com esse movo de viver”.
Os fardamentos só podem ocorrer durante sessões das datas festivas principais da Doutrina, como os bailados de Nossa Senhora da Conceição e São João, quando se usa a farda branca – há dois tipos de farda no Daime, a branca e a azul para homens e a branca-verde e azul para mulheres.
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Igreja Mestre Irineu em festa com o ingresso de seis novos fardados no Batalhão da Rainha da Floresta. Madrinha Silvia Nord e Comandante Élvio comandam ofardamento.
“A pessoa postulante que está no processo de se fardar, recebe a estrela e a partir daí assume o compromisso de comparecer nas reuniões, quando chamado, de estar em todas as sessões, de participar com alegria nos mutirões, de informar a irmandade sobre qualquer tipo de ausência, ou qualquer situação e aí a gente vai caminhar juntos, crescendo espiritualmente juntos nessa escola espiritual que é a doutrina do Daime”, destaca Élvio.
Depoimento Pessoal - Quando cantei pela primeira vez o hinário do Mestre Irineu, vários hinos me marcaram. Todavia, nenhum deles me fez resgatar uma lembrança tão boa e linda da minha vida, quanto o Hino 50 – Salomão. A última estrofe “Sois filho das Águas Brancas / E é preciso trabalhar / Segue Sempre o teu destino / E deixa quem quiser falar” falou diretamente comigo.
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Momento especial do Fardamento, em que ao lado de outros cinco irmaõs, recebi minha estrela das mãos do comandante Élvio dos Anjos
Trouxe à tona a lembrança de que literalmente “sou filho das Águas Brancas”, pois a comunidade rural em que nasci e vivi em Tangará da Serra chama-se exatamente “Água Branca”, por causa de rio de mesmo nome, no qual ficava o sítio que vivíamos, sem energia elétrica ou água encanada, mas onde pude desfrutar toda a infância e adolescência de suas águas brancas.
Quando ouvi essa estrofe, imediatamente vieram lembranças de vivências com o meu avô Laurindo Landulpho, já falecido e muitas passagens que aconteceram com meus primos, pais e tios neste lugar. Tudo ocorreu de uma maneira intensamente vivaz, como se estivesse revivendo cada cena e meu coração se encheu de amor e alegria. Além disso, tive um contato espiritual que jamais havia alcançado anteriormente em qualquer outra religião, alcançando o contato com o Eu Superior.
Conheci o Daime em 2006, na Igreja Mestre Irineu (IMI), em Várzea Grande levado por um amigo querido, o também jornalista Luiz Benites, que conheceu a Casa Daimista por meio de uma amiga em comum, Eliacir, cujo esposo, o saudoso Gladstone, era fardado. Assim fui apresentado à nossa doutrina, a qual frequentei até por volta de 2011, por vezes mais assíduas, outras menos, quando circulei conhecendo outras linhas, como a União do Vegetal e o Centro de Cultura Cósmica.
Quase 17 anos depois, após também conhecer outras casas Daimistas, como o Céu do Dedo de Deus, em Teresópolis (RJ) e o Céu do Planalto, em Brasília e uma reaproximação intensa neste ano de 2022 com a Igreja Mestre Irineu, senti um forte chamado e me fardei na IMI no último trabalho de Nossa Senhora da Conceição (10 de dezembro – sábado). Quando recebi a estrela, ocasião única e especial na minha trajetória espiritual e de vida, senti realizando na minha vida o que diz a segunda estrofe do Hino 50 – Salomão do Mestre: “A professora que te ensina / Tu soubestes aprender / Trabalhastes muitos anos / Para hoje Receber”.
Novos Fardados - Foi um momento verdadeiramente emocionante, que coroou minha trajetória como Daimista e a de outros cinco irmãos, que também fardaram no mesmo dia. Todos os novos fardados se emocionaram bastante durante a sessão de fardamento, quando cantamos o hinário completo do Mestre Irineu, dividido em duas partes, com um intervalo de uma hora e meia, bailando até quase 6h.
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Vando Arruda recebe a Estrela de Salomão das mãos do comandante Élvio dos Anjos
Vando Arruda, por exemplo, afirma que a decisão pelo fardamento foi um chamado. “Sempre recebi muitas coisas boas que o Mestre me deu, recebi um chamado, foi um, dois, na terceira não teve como correr. Hoje estou me preparando para o fardamento, com muita gratidão, junto com os outros irmãos. Sinto muita alegria e gratidão no meu coração”, relatou ele um pouco antes da sessão de fardamento.
Adriana Souza, que também fardou em 10 de dezembro, conheceu a Igreja em 2017 e se identificou bastante. “Quando cheguei lá foi muito bom, senti uma força muito grande, tive uma experiência forte com o Daime, os hinos eram lindos. Senti que era algo muito distante naquele momento da minha vida para me integrar a doutrina, voltei depois da pandemia e senti uma vontade enorme de conhecer mais, até que pedi para conhecer as orientações da doutrina e da igreja. Quando li foi outra emoção, ali senti que era meu chamado, algo para mim espiritual, uma doutrina em que eu acredito”, comenta.
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Madrinha Silvia Nord condecora Adriana Sousa com a estrela de Salomão durante o Bailado de Nossa Senhora da Conceição
Para Adriana, ser fardada significa “uma responsabilidade grande e uma alegria imensa de estar com o sagrado, com o meu divino. Um compromisso com a transformação de vida. Foi muito leve, para mim foi um renascimento. Há muito tempo buscava essa conexão espiritual. Desde o momento que vi a minha farda foi emocionante. Tinha um brilho diferente, ali eu senti que era isso que buscava, foi a confirmação de um novo caminho, uma certeza muito grande”.
Já Marcelo, toma Daime há cerca de nove anos e também já foi fardado do Centro de Cultura Cósmica, onde ficou por quase quatro anos, antes de voltar à Igreja Mestre Irineu, onde conheceu a bebida sacramental. A decisão em fardar na IMI ocorreu após revelações que teve com o próprio Mestre Irineu em sonhos e também porque teve um chamado na sessão.
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Marcelo Ferreira emocionado ao receber a Estrela de Salomão das mãos da Madrinha Silvia Nord
"Entendi que ali é meu lugar, tive respostas para muitas coisas na minha vida, evolução continua e o amor da minha madrinha e meus irmãos. Vai ajudar na minha constante evolução, disciplina e estudo das responsabilidades. Realmente nos colocarmos em nosso lugar, receber as disciplinas e cumprir nossa missão”, conclui.
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Após o encerramento da Sessão de Nossa Senhora da Conceição, quando cantamos o Hinário O Cruzeiro completo, cinco pessoas foram Batizadas no ritual Daimista
Batizado - Na mesma noite houve o batismo de cinco pessoas no Daime, além de mim, Jailton Júnior, Matheus Ferreira, Lívia Silva e Augusto Cesar.
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Texto: Aluízio de Azevedo, Comissão de Comunicação, Arte & Cultura da IMI
Fotos e Vídeo: Jade Rainho, Luiz Pita e Stéphano Cândido
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